sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Afinal, o que é a solidão?


Após muitos desvaneios e pensamentos sem sentido algum percebi que não é nada. Solidão é isso, um grande nada, um circulo viçoso que se repete, e repete, e repete. Quem dera, queridos leitores, que isso fosse apenas tédio. Queria que eu estivesse sozinha porém não precisasse de ajuda. É justamente nessas epocas que percebo o quanto a ajuda é necessária que as pessoas parecem sumir devagar.
Acho que não sou boa com amizades. Não sou mesmo. Tenho facilidade de fazer amigos mas tenho muito pesar em mante-las, as pessoas não conseguem me surpreender e o que eu acho delas são o que elas são e só. Uma cadeira, é só uma cadeira... mesmo quando não há ninguém sentado nela.
Percebo que tenho a dificuldade de entender porque as coisas acabam. Vejo as pessoas vivas todos os dias e só quando elas morrem que eu percebo que estou viva. Preciso sentir o oposto do primeiro, assim como eu erro para poder acertar, amo para poder odiar, etc. etc. etc. No fundo tudo que eu escrevo nunca passará de uma caixinha de música desafinada
Meu Deus, só agora eu lembrei que a gente morre. Mas eu? - Mas eu também?
Por enquanto são tempos de tartarugas velhas e eu ainda penso em viver 120 anos ou mais. Também não quero falar de morte e não sei porque cheguei neste assunto. A principio todos os assuntos em que tocamos acaba neste, neste assuntinho que eu não quero repetir.
Passei toda a semana triste e fazendo palhaçadas como se nada estivesse acontecido e só agora cai do cavalo de não conseguir mentir para sí mesmo. Em casa sozinha eu lia, lia , lia, me afogava em palavras de Clarice e Machado de assís, acabei saindo dentro deles a força, fui expulsa das palavras como se meu aluguel já tivesse vencido e obrigada a viver na sargeta da realidade, acontece.
Creio que não sabendo me ler as pessoas achem que sou feliz, assim como prestam atenção nos fatos que fizeram capitu trair bentinho e ignoraram todas as criticas de um poeta. Alguns conseguem decifrar-me e ver minha tristeza porém outros ignoram-a , talvez apenas não tenham mais vontade de saber dos sentimentos.
é... saudades do que pode nunca acontecer.

Milena Nicoli

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